Sunday, May 23, 2010

TEMPOS MODERNOS

Deixe-me ver: para usar meu cartão telefônico e acessar a AT&T, estando em San Jose, Costa Rica, devo discar 08000114114. Como estou no hotel, primeiro preciso obter uma linha e para isso é preciso discar 9. Discar, na verdade, é força de expressão já que hoje não se disca mais nada e sim apertam-se teclas. Viva o progresso; o que antes era demorado girando o dial do telefone e necessitando de ajuda da telefonista agora é rapidíssimo. Apertam-se teclas e presto; começa-se a falar com a pessoa do outro lado, esteja ela no próximo quarteirão ou no outro lado do mundo.

Vou então fazer uma ligação bem rápida; estou de saída para o trabalho e em uma hora irão me apanhar no saguão do hotel. Sem problemas, pois afinal estamos no século 21.

Muito bem, vamos lá: aperto o 9 para dar linha; aqui está! e depois 0800… deu sinal de ocupado no meio do número. Como assim? De novo digito 9, linha, e 0800011… ocupado outra vez; 9, linha e 080001… ocupado. Agora já está começando a perturbar, pois esse telefone dá sinal de ocupado sem que ao menos se termine de teclar o número todo. Isso está errado, pois na verdade a sequência é apenas um contato com o computador central da telefônica internacional da AT&T para ligações com cartão e nunca dá sinal de ocupado. São oito da manhã e devido ao fuso horário tenho uma hora no máximo para completar a ligação; além de que preciso descer, pois como disse, vão me buscar às nove lá em baixo no saguão. Insisto em 9, linha e umas cinco tentativas mais, sem conseguir chegar ao final do número. Finalmente 9, linha, 08000114114 e tocou! Disse-me então o computador :“AT&T. Please dial the number you are calling!” (“favor discar o número que deseja chamar”), eu então comecei a discar para o Brasil: 011-55-1… caiu a linha. Comecei de novo: 9, linha 080011… ocupado e etc, etc, etc. Estaca zero.

Uns oito eteceteras depois cheguei ao ponto onde havia parado e consegui discar o número todo. O computador então voltou: “please dial the authorization code”, ou seja, eu agora teria de teclar um código de autorização de 14 dígitos antes que a ligação se iniciasse, e isso num telefone com linha crítica como aquela que dava ocupado ou caía a todo o momento. Consegui digitar todos os 14 números sem cair. Tocou e entrou o computador dizendo que a ligação não poderia ser feita para aquele número e que eu verificasse e tentasse de novo. Acho que a quantidade de números que se tem de teclar é tanta que dá uma indigestão no sistema telefônico; por outro lado dizem que os computadores conseguem absorver um montão deles em fração de segundo. Será que não seria melhor pedir auxilio à telefonista? Será que ainda existe alguma por aqui?

Oito e meia; ainda havia tempo, assim verifiquei o número e vi o que estava cansado de saber, que o número para onde eu já havia ligado trocentas vezes estava certo. Computador cretino! E recomecei o ritual: 9 para dar linha e depois 08000… deu ocupado. De novo 9, linha e 0800011411… ocupado outra vez. Consegui mais números dessa vez; quem sabe se discasse mais depressa enganaria o computador e antes que ele maldosamente me enviasse um sinal de ocupado eu já teria conseguido meter todos os números… vou rir na cara dele. Lá vai: 9, linha e 080… ocupado. Droga ! Ele leu meu pensamento e por isso desligou mais rápido dessa vez. Insisti para cansar o computador e deu certo. Muitas tentativas depois consegui chegar ao número e assim comecei 011 55 11 2… ocupado. Mas como ocupado? Nem terminei e vou ter de começar tudo de novo.

Comecei o ritual, repetindo a mesma coisa para chegar ao ponto de digitar o número fatídico. Enquanto isso pensava nos tempos de infância e pré-adolescência quando ia passar férias na fazenda perturbando meus tios e primos.

A fazenda fica em Laranjal Paulista, interior de São Paulo, por onde se chegava depois de uma grande aventura pelas estradas de então. Estamos falando da década de 60 e como eu saía de Santos, litoral Paulista, tinha de inevitavelmente passar por São Paulo. Ao subir a serra meu pai cismava de tomar um famoso atalho por uma tal de Estrada do Vergueiro para encurtar a viagem e, depois disso, sempre nos perdíamos, atrasando a passagem por São Paulo entre uma e duas horas. Finalmente chegando à rodovia Anhanguera em “ótimo humor”, aguardava-nos, horas depois, uma nova armadilha: é que o percurso incluía passar por uma cidade de nome Porto Feliz. Porto Feliz era o segundo porto mais infeliz do percurso – o primeiro era São Paulo – pois aí também nos perdíamos. Até hoje me lembro de todas as voltas pelas ruas e vielas daquela cidade de tanto que passávamos por elas na tentativa infrutífera de continuar viagem. Lembro-me de uma vez ter de abrir porteira daquelas de pasto de bois. Foi quando estavam construindo partes da rodovia e os desvios incluíam passar por lugares facilmente perdíveis aonde se chegava a trilhas sem saída e cercados de criaturas com ar apático e falando mu.

Deixe-me fazer uma pausa para as últimas notícias, pois consegui teclar o número todo. Atenderam e era engano. Devo ter pressionado alguma tecla errada. Demônios do inferno, tenho de começar tudo de novo!

Continuando a grande jornada para a fazenda, depois do labirinto de Porto Feliz, ainda tínhamos pela frente a tortura das crianças: o trecho entre Tietê e Laranjal. É que o projetista dessa estrada devia ter ódio de crianças e assim certificou-se de ela ficaria cheia de curvas mesmo que cortasse apenas pastos e não montanhas. O resultado era fácilmente alcançado já que as crianças sempre ficavam enjoadas e vomitavam… O que implicava em paradas não programadas em outros portos infelizes e mais atraso na viagem. O percurso culminava ao se chegar à entrada do caminho para a Fazenda Estrêla, do meu tio, a poucos minutos após a passagem pela linha do trem (a famosa Sorocabana), e depois de uma curva fechada à esquerda na estrada, curva essa imediatamente na saída da ponte sobre o rio Sorocaba. Essa curva foi feita com o objetivo de proporcionar uma distração aos lambaris lá em baixo já que periódicamente carros, ônibus e caminhões erravam a curva e iam se refrescar nas águas do rio. Note-se que, para facilitar o mergulho, essa ponte ficava no fim de uma descida.
Chegando à entrada da fazenda nos preparávamos para a última emoção, principalmente se estava chovendo ou havia chovido há pouco tempo. O caminho antigo seguia uma trilha pela parte norte da fazenda cujo lamaçal sempre nos atolava e assim chegávamos à fazenda via caminho da mangueira de ordenha das vacas e passando ao lado da casa do Gildo (o grande carpinteiro da fazenda e conhecido como “Girdo”, para quem se lembra), gloriosamente arrastados por um trator.

De volta ao meu trabalho no hotel, finalmente consegui ligar todos os números iniciais e em seguida o código do cartão. Entrou o computador: “não se pode completar a ligação para o número discado; verifique o número e disque novamente”. Comecei outra vez.

Na fazenda daqueles tempos, o telefone era algo misterioso. Em primeiro lugar ele havia sido colocado numa ante-sala onde ficava uma infinidade de gaiolas de passarinhos cujo objetivo era cantarem todos ao mesmo tempo quando algum infeliz tentava ouvir o que se falava no outro lado da linha. (Aviso que os passarinhos ainda estão lá até hoje, e isso em pleno século 21, mas o telefone foi mudado de lugar – afinal algum progresso!).

Voltando ao antro dos penosos, toda aquela balbúrdia, que ja era suficiente por si só para testar a acuidade auditiva dos adultos e acelerar sua deterioração, se aliava aos barulhos e chiados do telefone. Isso sem contar a vingança da Araponga, um pássaro grande, corpo branco com a cara verde (de esforço para gritar – ela não canta; grita! E tem gente que ainda compra o estafêrmo) que solta um grito agudo de rebentar tímpanos nas horas mais inconvenientes. Com o tempo descobri que a algazarra se intensificava quando se falava ao telefone; com certeza era de vingança por estarem presos. Eu sabia que era de propósito porque ao se olhar para eles, eles desviavam o olhar e eu jurava que curvavam ligeiramente o bico num sorriso de Pica Pau do desenho animado quando apronta alguma sacanagem.

O aparelho era desses de pescoço com a parte para o ouvido separada e presa por um fio preto e peludo (o isolamento era de pano) – igual àqueles dos filmes do Gordo e o Magro dos anos 30. Não possuía lugar para discar e sim uma manivela no lado direito de uma caixinha de madeira na base do telefone, que a pessoa girava muitas vezes até conseguir a atenção da telefonista de Laranjal. Esta se ocupava em enfiar pinos ligados a uns fios que saiam de todos os lugares e eram todos vermelhos, em dezenas de buracos situados em um painel à sua frente. Nunca entendi como isso funcionava. Os fios vermelhos, todos iguais e sem etiqueta, eram enfiados nos buracos no painel nas mais diversas direções e sem uma ordem aparente; como se estivesse trançando uma rede. No final ficava um emaranhado de dar inveja a gato solto em um deposito de linhas. Com certeza vem daí a expressão “linha cruzada” pois era exatamente o que se via. E não é que, no final, dava certo?

Quando a telefonista atendia, o processo era mais ou menos o seguinte:

- Aqui é Fazenda Estrêla um oito, quero uma ligação para 42856 em Santos! (Nao estranhe o numero curto, caro leitor, isso de DDD e outros prefixos era coisa totalmente desconhecida na época; estamos falando dos anos 60!).
- Pois não; vou ver se há demora e já lhe informo!

Desliga-se o telefone e depois de uma “breve” pausa que podia facilmente chegar a mais de uma hora, ele toca.

- “Alô?”
- “É a telefonista para avisar que a demora para Santos é de 6 horas!”
- “Obrigado, pode fazer a ligação!”

Seis horas depois mais ou menos 2 (quase sempre mais do que menos) o telefone toca novamente

- “Alô?”
- “Sua ligação para Santos! Diz a telefonista”
- “Obrigada! Responde minha tia Lilita (carinhoso para Lucília)”

Começa então o “diálogo”:

- Zzzzzzzzz(estática)zzzzz alô? Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzz Guidinha? Zzzzzzzzzzz ? Pergunta minha tia.
- Zzzzzzzzz alô? Zzzzzzzzzz alô? Pergunta, por sua vez minha mãe (Guidinha vem dos tempos de infância para Margaridinha…).
- Alô? Zzzzzzzzz Guid zzzzzzzzz aqui é a Lili zz zzz zz z zzzzzzzzzzzzzzzzz !
- Alô? Alô? Zzzzzzzzzz quem fala? Zzzzzzzzzzzzzzzz ?
- Alô? Guidinha, aqui é a zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz quem está falando?
- Alô? Zzzzzzzzzzz quem fala?
- Zzzzzzzzzzz Guidinha, é você? Aqui é a Lilita, da zzzzzzzzzzzzz Estrêla!
- Alô? É a zzzzzzzzzzz Lilita? Aqui é a Guidinha zzzzzzzz não estou ouvindo nada! Voce zzzzzzzzzzzzz?
- Zzzzzzzzzzz Guidinha? Zzzzzzzzzz fala mais alto; a ligação está horrível zzzzzzzz; quem está falando?
- Lilita? Zzzzzzzzzzzzzzz fala mais alto! A zzzzzzzzzzzz está horrível zzzzzzzz
- Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz ?
- Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz !
- Zzzzzzzzzzzzzzzzzz ?
- Zzzzzzzzzzz !
- Zz?
- Z!


E assim, depois de uns dez minutos de tentativa de introdução, finalmente conseguia-se saber quem estava nos dois lados da linha e então as duas irmãs começavam a conversa. Gastava-se meia hora no telefone para 10 minutos de mensagem; mas conseguia-se falar. É que, nessa época, as pessoas iam logo ao assunto e não perdiam tempo ouvindo estática pelo telefone. Vamos admitir que elas eram muito práticas.

Enquanto isso, continuo às voltas com a minha ligação. Tento a telefonista do hotel. Existe uma! Não, ela não pode fazer a ligação para mim. E só ligar 9 e digitar o número informa ela, certamente assumindo que eu sou um débil mental ou analfabeto e que não consigo ler essa informação que está impressa no telefone à minha frente.

Volto ao castigo. Tenho que digitar 9 seguido de 11 dígitos para AT&T, mais 7 dígitos para acessar o país e a cidade no Brasil, seguidos dos outros 7 do número local e, logo após solicitação do computador, mais 14 dígitos do meu código do cartão. Tudo isso para atender uma secretária eletrônica e pedir que eu digite o ramal… Como são sinais sonoros e tantos, dá até para se tocar uma musiquinha.

Com sorte, depois de muito tempo, consegue-se completar todo o processo para então ouvir da secretária (agora um ser humano, bem entendido) que a pessoa com quem você precisava falar com urgência, não pode esperar e teve de sair para uma reunião, almoço, visita à cliente ou qualquer outro motivo. Ela então sugere: porque da próxima vez o senhor não tenta ligar mais cedo? Não costumo responder a esse tipo de pergunta porque a filosofia zen sugere que, nos momentos de ímpetos assassinos, ficar calado é melhor…

Mas no momento ainda não consegui completar o ciclo e chegar ao ponto de diálogo conforme escrevi acima; sigo, portanto, insistindo:

Disco 9 - linha – 08000114114 - mensagem da AT&T e pede para digitar o número – 011551139342… ocupado

Disco 9 - linha – 08000114114 - mensagem da AT&T e pede para digitar o número – 01155113934…. Ocupado

Disco 9 - linha – 080… ocupado.

Disco 9 - linha – 08000114114 - mensagem da AT&T e pede para digitar o número – 01155113934242 – AT&T pede para digitar o código – 86502157684136 – mensagem da AT&T – toca o telefone desejado – interrompe com uma mensagem de que os troncos estão congestionados

Disco 9 - linha – 08000114114 - mensagem da AT&T e pede para digitar o número – 01155113934242 – AT&T pede para digitar o código – 86502157684136 – mensagem da AT&T – toca o telefone desejado – interrompe com uma mensagem de que os troncos estão congestionados

Disco 9 - linha – 080001141… ocupado.

Disco 9 - linha – 08000114114 - mensagem da AT&T e pede para digitar o número – 011551139342… ocupado.

Disco 9 - linha – 08000114114 - mensagem da AT&T e pede para digitar o número – 01155113934242 – AT&T pede para digitar o código – 86502157684136 – mensagem da AT&T – toca o telefone desejado – atendem mas é engano; o número é completamente diferente do discado.

Disco 9 - linha – 08…….. ocupado

Disco 9 - linha – 08000114114 - mensagem da AT&T e pede para digitar o número – 01155113934242 – AT&T pede para digitar o código – 86502157684136 – mensagem da AT&T – ocupado.

Disco 9 - linha – 08000114114 - mensagem da AT&T e pede para digitar o número – 01155113934242 – AT&T pede para digitar o código – 8650215…….. Ocupado.

Disco 9 - linha – 08000114114 - mensagem da AT&T e pede para digitar o número – 01155113934242 – AT&T pede para digitar o código – 86502157684136 – mensagem da AT&T – o telefone desejado começa a tocar, alguém atende e, imediatamente, desliga – sinal de ocupado. Desgraçado ! Grito indignado.

Nove horas da manhã; tempo esgotado. Saí do quarto com raiva.



Nota: consegui fazer a ligação três dias depois. Perguntaram-me porque nao liguei antes…
Bons tempos os de antigamente em Laranjal Paulista; ao menos as ligações se realizavam no mesmo dia.


Eduardo Ulhoa Cintra - 8 de Marco de 2002

Cartao telefonico e Telefone de Pescoço

Voces ja usaram cartao telefonico - calling card - com o qual, de qualquer pais, voce chama um numero, digita uma senha e depois faz a ligacao sem pagar na hora? Tecnologia! Voces ja usaram ou talvez ja viram telefone de pescoço, daqueles que se fala num bocal acima de uma haste, retira-se a parte por onde se escuta que esta pendurada num gancho na haste e ligada por um fio ao aparelho e coloca-o por cima de um dos ouvidos? Talvez voces so viram em filmes do gordo e o magro nao? Pois eu usei na fazenda dos meus tios no interior de Sao Paulo quando era crianca. E ele nem tinha dial (disco para discar o numero) precisava girar uma manivela e a telefonista da cidade atendia...

Como estarei viajando nos proximos dias vou publicar algo engracado:
Pois vou contar uma historia real que me aconteceu em Marco de 2002 em Costa Rica quando tentei usar o cartao telefonico e minhas memorias com o telefone de pescoço. Acho que voces vao se divertir. Tudo realmente aconteceu como esta descrito.
Abracos
Shrek

Wednesday, May 19, 2010

O AQUECIMENTO GLOBAL É CAUSADO POR HUMANOS?

Atualmente vivemos bombardeados por notícias de terror sobre aquecimento global, resultado da atividade predatória dos humanos. Até que ponto isso é verdadeiro? Em todo lugar encontramos relatórios alarmantes de cientistas e pseudo cientistas de que estamos a beira de uma catástrofe iminente por nossa causa e temos que mudar tudo para evitar o desastre. O clímax, para mim, foi quando políticos tomaram a liderança e começaram a discutir o tema. Quando leigos começam a discutir temas que não entendem, se essas pessoas estão em posição de tomar decisões que vão afetar a vida das pessoas, como os políticos, então podemos estar certos de que muitas medidas erradas vão ser tomadas e muitas que seriam preventivas não o serão.

Vou direto ao ponto: Sim, estamos em pleno processo de aquecimento global! Estamos entre dois períodos glaciais, portanto estamos aquecendo. Os humanos estão poluindo o planeta com dejetos e emissões de todo o tipo que prejudicam a natureza, além da destruição sistemática de ecossistemas. Parte dessa poluição, principalmente vapor de água, N2O (óxido nitroso), gás carbônico e metano, todos tem efeitos estufa e contribuem para aquecimento. Mas, até que ponto?

Por tudo o que já li e avaliei com cuidado, o aquecimento global é um fenômeno cíclico e natural e que ocorre entre as eras glaciais; e a causa disso é planetária. A influência do homem é mínima. Por outro lado acho muito bom assustar as pessoas se o resultado for reduzir a poluição e parar de destruir a natureza. Vamos divulgar que o boi-ta-ta e a mula sem cabeça vão pegar os que poluem e “causam o aquecimento global”. Se um susto resultar em menos poluição vale a pena dizer qualquer coisa. Vale até deixar os políticos dizerem besteira – o que é muito comum. Os fins justificam os meios, já escrevia Machiavel em “O Príncipe”.

Aqui vai o arrazoado científico para vocês pensarem:

Quando estudei engenharia uma das matérias mais complicadas era termodinâmica, e termodinâmica é o que ocorre nas trocas de calor no planeta e é responsável por todas a variáveis que vemos e sentimos no clima, com seus efeitos de El Niño, La Niña, correntes de água quente e fria nos oceanos, furacões, frio, calor, etc., etc.. Ainda hoje, com toda a tecnologia, não conseguimos prever corretamente o tempo nem explicar em detalhes todas as muitas variáveis envolvidas no processo. Essa parte da ciência ainda tem muito que estudar. O que se sabe é que o nosso planeta, como todos os demais, está sempre sofrendo distúrbios de movimento e irregularidades na distribuição de sua matéria.

Alguns exemplos de alterações constantes no planeta e que influenciam no aquecimento e resfriamento globais: movimentação das placas tectônicas; alteração de posicionamento de geleiras; alterações na movimentação do magma e reversões de polaridade magnética, variação de velocidade das correntes oceânicas e variações de emissões de energia solar, incluido periodicidade de manchas e períodos de maior e menor intensidade.

Vou enumerar as três coisas que tem efeito decisivo na alteração radical do clima cuja periodicidade é de milhares de anos:

1) Excentricidade da órbita da Terra ao redor do Sol. Nossa órbita não é circular, mas elíptica e a cada período 100.000 anos (+ -) a excentricidade da elipse muda, e depois volta à forma original.


2) Inclinação axial. O eixo ao redor do qual nosso planeta gira sobre si próprio está inclinado em relação ao plano da elipse. Varia entre 21,5 e 24,5 graus. Essa inclinação acredita-se ter sido o resultado da colisão com um planetóide que deu origem à Lua. A alteração dessa inclinação tem um ciclo de 41.000 anos


3) Precessão dos equinócios ou Giro no eixo da inclinação axial. Período de 23.000 anos.

Essas alterações combinadas alteram a incidência da luz e do calor solar afetando profundamente o clima na Terra. Juntem-se a isso as alterações mais freqüentes mencionadas antes e vocês terão um conjunto muito grande de fatores interagindo.

O período glacial cujo pico ocorreu há 21.500 anos foi apenas o mais recente dos cinco que ocorreram nos últimos 450.000 anos. Os períodos glaciais e inter glaciais têm se alternado há mais de dois milhões de anos na era conhecida como Pleistoceno. A duração e severidade cresceram durante esse período com um pico entre 900.000 e 600.000 anos atrás. No momento estamos no período inter glacial (pequeno) que começou no período Holoceno 11.700 anos atrás.
Os cientistas vêm debatendo as causas desses ciclos mais severos que mais recentemente vêm ocorrendo a intervalos de 100.000 anos. Dentre as 30 ou mais explicações, acredita-se que a Inclinação Axial, a obliqüidade entre os planos equatorial e orbital, é a grande responsável e que a glaciação termina quando a inclinação é grande. Com a mudança de inclinação o Sol passa a incidir mais nas altas latitudes. A inclinação atual é de 23,5 graus e está decrescendo. Por outro lado, como que uma variação de inclinação no eixo de periodicidade de 41.000 anos pode ser responsável por glaciações de 100.000 anos de intervalo? Outras hipóteses sugerem mudança na órbita da Terra; outras, que as glaciações são o resultado de variações aleatórias no clima.

Enfim não vou me alongar mais, pois o que existe a respeito pode encher livros e o meu post vai ficar muito grande...

Conclusões:

1) Sabe-se muito pouco sobre cada aspecto do meio ambiente, desde o passado remoto até o momento presente; como conservá-lo e protegê-lo.
2) Os seres vivos são os maiores responsaveis por alterações na atmosfera terrestre; já ocorreu no passado várias vezes e continua ocorrendo. Embora essas alterações sejam muito pequenas ja houve duas bastante significativas. A primeira com a liberação desse gas venenoso na atmosfera (o oxigênio) que causou extinção em massa logo depois da origem da vida, e mais tarde no período Carbonífero com liberação de excesso de oxigênio. A consequência da poluição feita pelo homem e seus efeitos na atmosfera (vejam meu post sobre fotossíntese) podem afetar um pouco ou muito pouco o fenômeno de aquecimento, porém não é a responsável pelo aquecimento em si. Ele iria ocorrer de qualquer maneira, mesmo se hoje o homem ainda estivesse na idade da pedra.
3) O CO2 da atmosfera está subindo e os humanos podem ser a causa.
4) Em 1850 entramos em um ciclo de aquecimento natural ao sairmos do período de frio de 400 anos chamado de “pequena era do gelo”.
5) Ninguém sabe quanto do presente aquecimento deve-se a causas naturais ou devidas ao homem, nem quanto de aquecimento vai ocorrer no próximo século.
6) A preocupação quase histérica atual pode ser mais bem canalizada em outras áreas.
7) Nos últimos 30 anos a ciência passou por uma grande revolução, com um novo entendimento das teorias de dinâmicas não lineares, sistemas complexos, teorias do caos e de catástrofes.
8) É preciso o surgimento de um novo movimento ambiental mais pragmático baseado em fatos reais.
9) Finalmente a ciência politizada é perigosa, como, por exemplo, os danos no inicio do século XX com a tal “Eugenia”; a idéia de que a mistura de genes de diversos grupos étnicos poderiam deteriorar a raça humana. A ideologia política controlando o mundo da ciência só pode produzir resultados desastrosos.

Sunday, May 16, 2010

DISCRIMINAÇÃO E PRECONCEITO

Você discrimina? Claro que sim! Todas as pessoas discriminam, sem exceção. Não acredita? Então vamos a mais um tema polêmico para atiçar a discussão. Tomando carona no tema da escravidão e preconceito contra os negros neste mês, quando se celebra a libertação dos escravos no século 19, vou expor algumas idéias que estão relacionas com o título, os problemas e possíveis soluções.

Discriminação e preconceito se traduzem em comportamento; ou seja, como reagimos em relação aos outros humanos. Essas reações tanto podem ser apenas mentais, apenas físicas, ou ambas.

A discriminação é uma reação normal a todos a quem consideramos diferentes e que podem nos causar desde um certo mal estar até rejeição total. Eis como as classifico:

Discriminação forte: Exemplo: contra pessoas violentas, grosseiras, malfeitores, estupradores de crianças, assassinos, etc. Todos os que nos causam rejeição total e absoluta. Geralmente a nossa reação é de se manter a distancia, jamais permitindo sua inclusão em nosso meio e, se possível, até hostilizando essa gente.

Discriminação média: Exemplo: contra os que se aproveitam da ingenuidade e ignorância de pessoas, e das que, por diversas circunstâncias, se acham impedidas de reagir. Todos os que de alguma forma entram em choque com os princípios que mais valorizamos. Exemplos: políticos corruptos e demagogos que roubam e enganam o povo, religiosos que tiram o dinheiro dos pobres nos supermercados da fé, malandros e enganadores em geral. Nossa reação é de desaprovação, porém nada concreto e eficaz é feito para impedir sua continuidade. Somos até capazes de receber essas pessoas em nossa casa por receio de, se recusarmos, sofrermos algum tipo de sanção; ou, no extremo oposto do espectro, apoiados por justificativas: “porque queremos tirar alguma vantagem”.

Discriminação leve: contra pessoas de diferentes níveis sociais (mais altos ou mais baixos que nós), empregados e subalternos, chefes e gente de alto nível social e financeiro se diferentes do nosso, membros de crenças diferentes da nossa, de times rivais de futebol, associações diferentes, etc., etc. Cabe aqui uma infinidade de exemplos. A família que tem empregada, chofer, jardineiro, etc. não convida esse pessoal para comer na mesma mesa, não espera que seus filhos se casem com eles ou com seus filhos, não discute com eles temas que conversa com amigos do mesmo círculo social. Da mesma forma uma empregada doméstica ficaria “sem graça” se fosse comer na mesma mesa que a patroa; ela também discrimina... Os patrões não vão à favela no aniversario do filho do motorista; o subordinado não é convidado nem costuma frequentar a casa dos gerentes e diretores da empresa.

Apesar da discriminação que nos impede convivência igual com pessoas diferentes (dentro do exposto acima) isso não significa tratar mal toda essa gente contra os quais discriminamos – exceto talvez no caso do primeiro ítem. Em princípio os tratamos bem e com consideração; porém a discriminação existe.

O problema é o preconceito e a discriminação por preconceito.

O preconceito significa pré julgar um grupo de pessoas porque nos disseram ou lemos que essa gente tem que ser discriminada sem uma razão muito clara, ou por uma razão inventada ou por alguma razão real e justificada que, entretanto, não existe mais. Não importa se essas pessoas podem ser classificadas em uma das três divisões acima, ou em nenhuma e são exatamente iguais a nós em tudo, portanto não existiria razão para discriminação. Elas são discriminadas e pronto. O preconceito nunca é dirigido a apenas uma pessoa como nos casos de discriminação normal, ele engloba todos os que pertencem à classe incluída no preconceito, sem distinção. Uma constante no preconceito é que ele se aplica aos dois lados. Exemplos: negros (pelos brancos), brancos (pelos negros), judeus (pelos cristãos), cristãos (pelos judeus), minorias (pelas maiorias) e vice versa, etc., etc.

Estudando a origem dos preconceitos sempre vamos encontrar uma razão lógica que justificou sua origem; essa razão pode estar perdida no tempo, porém o problema é que mesmo essa razão tendo desaparecido, eles continuam por inércia. É como o barco que continua deslizando na água depois de desligados os motores. Para não me alongar muito vejam o caso dos negros, onde até a simples palavra indicativa da cor pode ser ofensiva (para mim uma besteira, pois se não podemos descrever uma pessoa por sua aparência física: gordo, magro, baixo, alto, careca, cabeludo, homem, mulher, preto, branco, pardo, etc., como seria? Vamos cair no ridículo norte americano de “African American” que está errado por princípio pois todos os africanos que conheço – do Egito, Argélia, etc. – são brancos).

Como pensavam as pessoas em relação aos negros escravos? Se você tivesse nascido e se criado naquela época, não teria dúvidas que eram inferiores e que precisavam ser retirados da África para serem felizes... Vejam o que escreveu Johann Rugendas em sua grande obra ilustrada publicada em 1835 : “Viagem Pitoresca Através do Brasil” no capítulo “tipos e costumes”, entre outros, o autor INFORMA: ... “bem pesadas as coisas, os negros são beneficiados com sua transferência para a America ... diante da situação atual da África.... a America abre aos negros possibilidades que não seriam possíveis na África”. Mais adiante afirma que: “a verdadeira superioridade dos brancos sobre os negros não é unicamente exterior. ... talvez se explique por uma maior intensidade de sistema nervoso, por uma maior atividade de suas funções, uma harmonia mais perfeita em todas as circunstancias da vida... Todos os dias ocorrem coisas que .. provam uma superioridade real e física do branco sobre o negro que ESTE É O PRIMEIRO A RECONHECER”. Lendo isso e ouvindo a mesma afirmação de todos a sua volta, você teria alguma dúvida de que o negro é inferior e deve ser discriminado? Rugendas, a propósito, era uma pessoa instruída e de bons costumes. O preconceito contra os negros vem dai; hoje estamos bem informados sobre a realidade de que somos iguais em tudo, menos na aparência (se quisermos aprender essa verdade) e que diferenças sociais atingem todas as raças. As aparências não são as mesmas não apenas entre raças, mas até entre nós e nossos pais, por exemplo, exceto em gêmeos. Apesar disso, a discriminação por preconceito perdura em muitas sociedades e para muitas pessoas...

A solução? Educação, exemplo dos pais e educadores desde que esclarecidos, leitura, mudança de paradigmas, estar aberto ao dialogo e a novas idéias; enxergar a realidade sem se deixar influenciar pelos mal intencionados. Termos a sabedoria de reconhecer que não somos os donos da verdade e que devemos respeitar todos os seres humanos que merecem ser respeitados.

Monday, May 10, 2010

O MITO DAS FLORESTAS

O que aconteceria se todas as florestas do mundo desaparecessem subitamente e o local virasse um deserto? A maior conseqüência seria a saudade que ficaríamos de sua beleza e dos animais que lá viviam. E o oxigênio da atmosfera? Provavelmente aumentaria; na pior das hipóteses poderia no máximo baixar um pouquinho, porém logo subiria novamente...
Vocês devem estar escandalizados comigo, portanto deixe-me confirmar que eu gosto de florestas e sou contra a sua destruição. Por outro lado saibam que, no mínimo, entre 80 e 90% do oxigênio da atmosfera é produzido nos oceanos.
Vamos ao debate e a seguir exponho alguns argumentos para vocês pensarem a respeito, antecipando porém que esse tema é extremamente complexo pois existem inúmeras fontes produtoras de oxigênio além das plantas. Vou me ater ao básico:

1) Origem do oxigênio livre na atmosfera

Hoje a atmosfera é composta de 78,09% de nitrogênio, 20.95% de oxigênio, 1% de vapor de água, 0.93% de argônio, 0.04% de gás carbônico e muitos outros gases, porém antes não era assim. (Vocês sabiam que a cor azul do céu é devida ao nitrogênio e não aos mares?)

Nosso planeta originou-se há 4.5 bilhões de anos atrás. Os primeiros registros fósseis de vida primitiva se encontram a partir do período chamado Cambriano há 590 milhões de anos atrás. O período entre 2.4 bilhões de anos e 590 milhões é conhecido como Pré-Cambriano e em algum momento dentro desse período, no sub período chamado de Arqueano, surgiu a vida. Substancias com principalmente carbono, hidrogênio e oxigênio em sua composição juntaram-se formando substancias “orgânicas” e de alguma forma mantiveram sua existência por um período e se reproduziram. Eram as Archaea, Eubactéria e Eukaria sendo que no final do período surgiram as colônias de Estromatólitos. Depois, no sub período Proterozoico surgiram os primeiros organismos multicelulares. A composição atmosférica era basicamente CH4 (metano) e NH3 (amônia) alem de gases sulfurosos, gás carbônico, Nitrogênio e outros, porém praticamente nada de oxigênio. Todo ele estava sob forma de água e combinado em outras substancias. A vida começou então sem oxigênio livre. Essa composição primitiva, ao contrário do que se possa pensar é altamente favorável ao surgimento de vida.

Junto à miríade de formas de vida que surgiram naquela época, uma delas, a Cianobactéria que é um organismo Procariotes fotossintético existe ainda hoje nos oceanos, e acredita-se que tenha sido o primeiro organismo a eliminar oxigênio na atmosfera como parte de seu processo alimentar. Esses são o maior e mais importante grupo de bactérias do planeta. Inicialmente o oxigênio produzido reagiu com o ferro nos oceanos e não saiu para a atmosfera, porém o ferro foi todo consumido em dois bilhões de anos e assim a atmosfera tornou-se aeróbica e cheia de um gás altamente venenoso para a vida e que teve um efeito profundo para a evolução: o oxigênio.

O oxigênio degrada a maioria dos compostos orgânicos e inibe muitas das reações metabólicas nos organismos vivos. Amino ácidos e moléculas bio-orgânicas só podem ser sintetizadas na ausência de oxigênio.
Com o acúmulo de oxigênio em uma atmosfera originalmente sem ele, ocorreu a primeira grande extinção de formas de vida. Só sobreviveram os Procariotes e as formas de vida que por alguma mutação se adaptaram ao novo gás venenoso. Houve a seguir uma explosão de vida que voltou a se diversificar nos períodos Cambriano, Ordoviciano, Siluriano e Devoniano que se seguiram, porém, quase toda ela consumidora de oxigênio. O nível de oxigênio na atmosfera reduziu drasticamente e só não acabou porque a Cianobactéria sobreviveu e continuou produzindo oxigênio, chegando-se assim a um equilíbrio, até que... Há 360 milhões de anos atrás, algumas formas de vida que haviam começado a sair das águas em períodos anteriores, passaram a colonizar toda a terra seca. Essas formas de vida desenvolveram uma substância que absorve os comprimentos de onda acima de 570 nanômetros e abaixo de 495 nanômetros, e repele o que está entre eles. Essa onda que está entre 570nm e 495nm é a cor verde, e nós a vemos nas folhas porque é a cor que a substância que lá está, chamada clorofila, a repele. Com o auxilio das outras cores essas plantas primitivas começaram a sintetizar tanto oxigênio que os níveis atmosféricos de O2 subiram para 38% ameaçando novamente as formas de vida. Um dos problemas é que esse nível é deletério às plantas, principalmente se o gás carbônico disponível é baixo. Incremento de fotossíntese em plantas tipo C3 e produção de superóxidos e radicais OH como resultado de redução de O2, inibe crescimento. Esse período é chamado de Carbonífero e durou de 360 a 286 milhões de anos atrás. Depois dessa crise a vida voltou a se estabilizar com o oxigênio baixando a 20% e flutuando em torno disso. O excesso de oxigênio provoca gigantismo e os insetos da época tinham o tamanho de cachorros.

Hoje o oceano continua sendo o grande produtor de oxigênio, pelas algas (organismos eucariotes fotossintéticos), plânctons, fitoplânctons, dinoflagelados, euglenóides, algas amarelo esverdeada, algas marrom douradas, diatomáceas, algas vermelhas, marrons e verdes. Praticamente todo o equilíbrio gás carbônico / oxigênio do planeta é possível graças aos oceanos. A quantidade de gás carbônico removida da atmosfera por organismos fotossintéticos é imensa; aproximadamente 100 x 1015 gramas de carbono (C) /ano.

E as plantas?

2) Influência das plantas
O efeito da luz solar nas folhas verdes das plantas produz a seguinte reação, produzindo 6 moléculas de oxigênio a partir de 6 de gás carbônico MAIS AGUA, conhecida como fotossíntese: 6CO2 + 6H2O (+ energia solar) = C6H12O6 + 6O2. O importante é que sem água e sem luz solar não ha oxigênio. De noite não há produção de O2 e sim consumo e nos dias de pouca luz (nublados e chuva) e na sombra, a produção é neutralizada pelo consumo de oxigênio pela própria planta (raízes e tronco por 24 horas - e folhas no escuro). Naturalmente a produção de oxigênio com a luz solar é muito maior que o seu consumo na ausência dela. Por outro lado, com o calor há um aumento de evaporação de água e as folhas passam a retê-la mantendo seus stomates fechados. Infelizmente depois que o gás carbônico atinge a um valor baixo elas param de efetuar a fotossíntese, assim como se faltar água. Nas regiões onde as arvores perdem as folhas durante o inverno ou são cobertas pela neve a produção de oxigênio pára.
Estima-se que as plantas produzem pouco mais do que 15% do oxigênio da atmosfera, porém uma floresta não é composta apenas de plantas vivas. Todo material orgânico em decomposição consome oxigênio. As plantas mortas e a grande quantidade de animais vivos e mortos que estão nas florestas consomem oxigênio e assim quase que criam um equilíbrio, consumindo o oxigênio que foi produzido durante o dia.
As plantas novas produzem mais oxigênio do que as velhas. Uma floresta madura produz oxigênio durante o dia para manter seu crescimento, porém a mesma floresta produz imensa quantidade de gás carbônico quando as arvores velhas morrem ao ponto de que o fluxo resultante de oxigênio e gás carbônico produzidos quase que se anula.

Ao se avaliar a realidade de que uma floresta se compõe de animais e plantas vivos e mortos, um desflorestamento poderia eliminar todo o conjunto resultando em um deserto sem dano para o nível de oxigênio na atmosfera, porém não é bem assim; é muito pior...

3) Influência dos animais

Minerais litosféricos são oxidados usando oxigênio. Desgaste de rochas expostas também. O oxigênio é reciclado entre a biosfera e a litosfera. Os animais, porém são o grande problema. Praticamente todos consomem oxigênio, sendo o pior deles o homem.

Ao se devastar uma floresta ela é substituída por plantações ou criação de animais para consumo. Sem falar das queimadas que consomem um absurdo de oxigênio; das plantas usadas como alimento muitas delas são pobres em produção de oxigênio, mas todos os animais consomem grande quantidade dele e produzem muito gás carbônico. Os animais herbívoros ainda eliminam grande quantidade de metano que causa efeito estufa. O grande problema da humanidade não está na eliminação das florestas (o que sou contra, volto a repetir), mas seu aumento de natalidade sem controle. A população mundial aumenta muito cada ano. Cada ser humano consome alimentos animais que, por sua vez, vão consumir mais oxigênio. Tudo que os humanos consomem requer oxigênio para ser fabricado: sua roupa, eletrodomésticos, coisas em geral que representam metais que foram derretidos, reações químicas várias, processos de fabricação a quente consumidora de oxigênio, etc. Em qualquer processo de fabricação há grande consumo de oxigênio direta ou indiretamente, isso sem falar nos processos que produzem muito gás carbônico também.

Neste século 21 a humanidade precisa resolver o grande problema de desbalanço de oxigênio versus gás carbônico e isso só pode ser resolvido atacando a raiz do problema que nunca se fala: estabilizar o número de pessoas no mundo e, se possível, reduzi-lo um pouco. Além disso, aperfeiçoar o processo de produção de bens e de alimentos, reduzindo a demanda de oxigênio em seu processo de fabricação e eliminando a poluição que gera gás carbônico e destrói as vidas que produzem oxigênio. A poluição cada vez maior nos oceanos é gravíssima, pois, como foi explicado, se as formas de vida que lá produzem quase todo o nosso oxigênio forem reduzidas, vai faltar oxigênio em pouco tempo, com ou sem florestas.

Lição de casa; onde você dormiria melhor quanto ao nível de oxigênio disponível: no deserto do Sahara ou na floresta Amazônica? E no Oceano?

Wednesday, May 5, 2010

Sugestoes

Caros amigos, neste meu blog pretendo colocar temas de informacao, cientificos, polemicos e de vez em quando uma historinha real que experimentei em minha vida para voces rirem um pouco.
O ultimo post nao vale porque apesar de ser uma historia real eu joguei com trocadilhos entre italiano e portugues para divertir voces. Um pecadilho apenas. As proximas serao todas reais e voces vao rir as minhas custas.

Tenho dois temas da atualidade que pretendo colocar primeiro:
1) o mito que desmatamento afeta o nivel de oxigenio na atmosfera.
2) o mito que os humanos estao provocando o aquecimento global.

Tenho embasamento cientifico para esses dois temas e a ideia eh provocar voces informando o "outro lado" que os noticiarios nao informam e deixar voces pensando. Gostaria de receber comentarios contra ou a favor depois que voces lerem meus argumentos cientificos. Nem tudo eh o que parece: infelizmente a midia nao informa, apenas da noticia, muitas vezes sem o complemento que respalda - ou contradiz - a noticia.

Estou no momento com um projeto grande que me esta tomando muito tempo, porem prometo que o post sai ainda esta semana.

Obrigado e um abraco a todos