Friday, July 29, 2011

O GRANDE DESAFIO

Estamos em 2011 e a população do mundo chegou a 7 bilhões de pessoas. Em 2050 estima-se que chegará a 9 bilhões. Em todas as espécies de animais sempre há um sistema de controle da população e principalmente da qualidade da espécie. A grande totalidade impõe aos menos hábeis severas restrições para procriar; seja por seleção pelas fêmeas do mais forte, mais bonito ou mais qualificado de alguma forma, ou seja porque os mais fracos são suscetíveis a doenças e de serem mortos por predadores. Os machos costumam lutar com violência pelo direito de fecundar e sempre o mais forte ou mais habilitado fica com todas as fêmeas e os demais machos ficam sem procriar. Com isso a espécie se perpetua sempre pelo lado mais saudável de seus elementos. Além disso, quando a população cresce indefinidamente, ela acaba sendo dizimada por doenças ou por, finalmente, falta de alimento para todos. O ser humano, ao contrário de seus ancestrais, infelizmente está na contramão da evolução.

O progresso da humanidade trouxe muitas benesses, entre elas a produção industrializada de comida, eliminação ou controle das doenças e vida livre de perigos para quase a totalidade da população. O lado negativo disso é que enquanto a ciência se preocupa em melhorar as condições de vida e da oferta de alimento, ela não se dedica de maneira eficiente ao controle da natalidade, deixando aos mais esclarecidos a tarefa de reduzir o crescimento da população. Infelizmente a maioria da população não possui conhecimento, embora muitos tenham fácil acesso a ele, e o pior é que o descontrole total está nos países que vivem numa espécie de idade média misturada com a pré-história, além de a maioria estar contaminada por uma religião que prega a volta à idade média e na contra mão da ciência (o islamismo). A todo o momento vemos no noticiário reportagens sobre crianças morrendo de fome na África. Bem, isso é a natureza operando onde há descontrole. O grande problema é que justamente os menos capazes, com doenças endêmicas e outras disfunções são os que mais se reproduzem.

O grande desafio e tarefa inevitável deste século é a redução dramática da natalidade e se possível a redução da população. A continuar o crescimento no ritmo em que está a consequência no planeta será desastrosa e, portanto, a qualidade de vida das futuras gerações estará seriamente comprometida.

Como fazer isso? Devido à ignorância das massas o único jeito é pela força, mesmo que de maneira sutil, principalmente nos países que ainda vivem no neolítico. Sei que muita gente vai discordar disso, mas muita coisa na vida é obrigatória pela força. São as leis que ditam as regras em qualquer sociedade. Nos países civilizados o que se vê é as famílias com mais recursos terem menos filhos, por saberem que não se podem educar adequadamente muitas crianças ao mesmo tempo, e os mais pobres também porque não possuem recursos para alimentar muitas bocas. Nos dois casos o controle é pela força, embora sutil: no primeiro pela dificuldade da educação e no segundo por razões financeiras. O livre arbítrio é apenas aparente.

Muitas medidas podem ser tomadas. Por exemplo, cobrar impostos com aumentos progressivos a partir do segundo filho, podem ser feitas esterilizações automáticas obrigatórias, estabelecer uma faixa de idade para engravidar com anticoncepcionais de uso obrigatório antes e depois dessa idade, enfim muita coisa pode ser feita e eu estou convencido que algo o será. Que tal colocar nas religiões que deus ou deusas vão condenar ao inferno quem tiver mais de dois filhos... Em se tratando de religião quanto maior o absurdo, mais o fiel acredita. Vejam o exemplo da China. Com a política obrigatória de um filho por casal ela conseguiu reduzir o numero de pessoas à metade para a grande maioria. Além disso, houve um benefício colateral. Com a preferência do casal em ter um filho homem, acabaram por ficarem mais homens que mulheres disponíveis nesta nova geração, e, portanto uma redução adicional por conta de menos mulheres para reproduzir. Como ilustração de alternativas radicais, temos o romance de Aldous Huxley: “Admirável Mundo Novo”; uma abordagem drástica onde a reprodução era controlada pelo estado e as crianças a nascer programadas em seu cérebro para exercerem cada uma um tipo de atividade específica por toda a vida, da mais humilde à mais sofisticada...

Aos que discordarem do que estou escrevendo faço algumas perguntas básicas: deve a humanidade continuar crescendo sem controle? Até quando? Existe um limite? E os incapazes, os com deficiências de qualquer tipo, os ignorantes que não sabem o que estão fazendo? Vamos aos 10 bilhões? 100? Um trilhão?

É preciso ser pragmático; se esquecer do passado, de religiões e outras idéias ultrapassadas e enfrentar o problema atual de frente e com determinação, para que ao final deste século a humanidade tenha melhores horizontes de progresso, vida saudável e feliz. De uma forma ou de outra mais século menos século, mais cedo do que tarde o problema VAI SER RESOLVIDO.

Thursday, July 14, 2011

A humanidade esta mais esclarecida?

Quando comparamos a proporcao entre o numero de pessoas que possuem conhecimento e aqueles cuja ignorancia eh quase absoluta, vemos uma grande oscilacao ao longo dos seculos. A alternancia do periodo de grande desenvolvimento intelectual na grecia antiga seguido da queda e limitacao mental da grande maioria das pessoas na idade media e depois a volta a razao com a Renascensa e Iluminismo pareceu indicar que a humanidade conseguiu se recuperar da grande queda de quase mil anos de ignorancia e analfabetismo.

Desde o ultimo seculo a ciencia, e portanto o conhecimento, atingiu uma velocidade de desenvolvimento e consequente acumulo de informacao nunca antes visto na humanidade. Podemos pensar que agora sim atingimos o patamar de desenvolvimento e conhecimento necessario para uma paz duradoura e crescimento pessoal a niveis inimaginaveis ate entao.

Eu estava entretido nesse pensamento quando me caiu as maos o livro “Islam Unveiled” (Isla Sem o Veu) de Robert Spencer – onde se le na capa: “questoes perturbadoras acerca da fe que mais cresce no Mundo”.

Isso foi uma ducha gelada em meu otimismo. Como sabemos as religioes criadas em uma epoca de crendices, supersticoes, muita ignorancia e violencia nao podem ser compativeis com a realidade de hoje. Elas precisam ser domesticadas, como aconteceu com o cristianismo, que nao pode mais queimar ninguem na fogueira. Muitos fieis ja conseguem se libertar da lavagem cerebral que sofreram na infancia e comecam a questionar os absurdos das suas religioes e interpreta-los de maneira mais moderna. Vejo essa reacao como resultado do conhecimento que essas pessoas passaram a ter ao acessarem as fontes de informacao e pensarem por si proprias. A religiao no mundo moderno ja nao possui os meios violentos do passado para impor o seu dominio, e com o tempo parece estar evoluindo.
Devo mencionar um exemplo notavel dessa evolucao de ideias: o jesuita, cientista e ate recentemente diretor do Observatorio do Vaticano George Coyne. Trata-se de uma pessoa muito respeitada no meio academico e por muitos no catolicismo nao radical. Entre muitas observacoes lucidas e modernas ele diz que “all of the scriptures are written around/between 2000 BC and 200 AD, and modern science has only come into existence in the last couple hundred years, and thus the scriptures in no way contain any science and should not be taught as such” (todas as escrituras foram redigidas entre 2000AC e 200DC, e a ciencia moderna so apareceu nos ultimos duzentos anos, portanto as escrituras nao contem de nenhuma maneira qualquer ciencia e nao deveriam ser ensinadas como tal). Com isso ele condena o criacionismo e todos os que defendem esa ideia.

Infleizmente muitas criancas tem o azar de nascerem am lares de supersticao e crendice e elas terao muita dificuldade de se libertarem dessa influencia que ocorre justamente na epoca em que seus cerebros ainda estao em desenvolvimento. Mais infelizes ainda sao as que nascem em paises muculmanos. Nesses lugares nao existe opcoes. A pena para os que querem se libertar eh condenacao a morte…
A religiao islamica criada por Maome, um guerreiro violento e sanguinario (conforme escrito no propro Korao) eh uma combinacao das escrituras do judaismo e cristianismo, porem sem o lado pacifico do novo testamento e com regras para controle total das pessoas e constante incentivo a violencia para a sua propagacao contra os que nao a aceitam. O mandamento principal eh morte aos infieis e dominio do Mundo!

Nao consigo entender como eh possivel que essa seita seja a que mais cresce no mundo justamente quando eh totalmente contraria a liberdade individual, coletiva e todas as conquistas sociais que a duras penas o mundo civilizado conseguiu. Posso entender que se eles tem mais filhos que serao irremediavelmente contaminados e condenados a essa escravidao do que o mundo civilizado entao a afirmativa do livro esta correta; porem ate eles tem acesso a Internet – e portanto ao conhecimento. Nao eh possivel que os que tiveram a infelicidade de nascerem nesses paises, assim que adquirirem um pouco de conhecimento das coisas nao vejam como o islamismo afeta profundamente suas proprias vidas, proibindo tudo e tornando-os escravos de uma vida constantemente vigiada e opressiva. Meu maior pasmo eh quando leio que alguem do mundo civilizado ficou contaminado por essa seita. Como explicar isso? O que leva uma pessoa que esta num lugar seguro a olhar o abismo e se atirar nele?

A Europa esta sendo invadida por essa seita devido a complacencia e ingenuidade dos seus governantes e penso que nao ira demorar muito para surgirem conflitos sangrentos. Na Inglaterra agora existe a “Sharia Law” lei da religiao que permite espancar e matar mulheres, estuprar criancas (com a desculpa de se casarem com elas), mutilar a vagina das meninas e muitos outros absurdos, alem da, eh claro, abolicao de todas as liberdades individuais. Como foi isso possivel? Essa lei substitui a lei comum quando se trata dos muculmanos naquele pais… E eles querem que essa lei em futuro proximo substitua a lei civilizada para ser aplicada a todas as pessoas… Varios paises da Europa estao passando por esse problema. Como esta o Brasil?

Sera que agora que a ciencia posui o conhecimento e ele eh disponivel a todos, agora que conquistamos a liberdade de pensar, de expressao e de ser, vamos ver o mundo mergulhar em uma nova Guerra de Religiao motivada pelo desejo da ignorancia absoluta em impor a escravidao intelectual, moral e individual a todas as pessoas?
A maioria da humanidade emburreceu e continua acelerada rumo ao abismo?

Sunday, June 26, 2011

Vida e morte: e depois?

























Outro dia, assistindo a um filme sobre migracoes de animais, apareceu um senhor que ha 18 anos pesquisa as borboletas Monarch. Vejam que nao sao todas as borboletas, mas apenas as Monarch que migram do Mexico aos USA e voltam em tres geracoes! Ele sabe tudo sobre essas borboletas e todos esses anos de pesquisa, naturalmente trouxeram um conhecimento enorme sobre elas.
Como ele existem milhares de cientistas no mundo dedicando-se a estudar cada aspecto do conhecimento humano: animais, plantas, o planeta, o universo, a composicao dos elementos, o comportamento dos humanos, a fisica, quimica, matematica, historia, etc, etc. Com os recursos que existem hoje e todo esse esforco e dedicacao, nunca a ciencia acumulou tanto conhecimento quanto nestes ultimos 60 anos. O que era supersticao, crenca e ignorancia, hoje ou ja existe comprovacao da realidade ou ha hipoteses em estudo para confirmar sua validade.

O estudo do cerebro humano descobriu a origem de nossas emocoes, reacoes, imaginacao e sonhos, bem como o processo de criacao de amigos imaginarios pelas criancas e de almas e deuses na adolescencia e idade adulta. Um livro interessante que informa como esse processo ocorre eh o “Why we believe in god(s)?” de Andy Thompson.
A morte em si nao assusta porque eh um acontecimento normal, porem a ideia de que nos podemos desaparecer da existencia nesse processo tem sido um grande motivador da criacao de religioes e deuses, que tentam garantir que isso nao ira acontecer. Infelizmente sonhos e desejos nao alteram a realidade das coisas, e se comecarmos a questionar as crencas, veremos que elas nao se sustentam por total falta de evidencia. Resta se informar acerca do que a ciencia sabe hoje, levando-se em conta que apesar de todo o progresso ainda ha muita coisa a ser estudada e entendida. Prefiro nao confundir ninguem com suposicoes, assim vou abordar o que se sabe e nao o que se acha.

Vimos que a vida eh uma continuidade dos genes e as formas de vida sao os veiculos para a continuidade desses genes. Como ficamos nos, os veiculos, nesse processo?
O “eu” ou alma, sendo uma reacao do cerebro, quando este deixa de funcionar, tambem desaparece… O problema eh que se busca uma solucao “humana” para essa questao. Busca-se uma alma que seria um “humano” em outra dimensao, com bracos, pernas, cabeca, emocoes etc. Deve-se deixar de lado esse pradigma e buscar em areas mais concretas porem bem diferentes.



Sabemos que o atomo nao eh mais um conjunto de eletrons, protons e neutrons. Os protons e neutrons nao existem e sim um conglomerado de “particulas” chamadas de quarks, muons, pions, bosons, etc. Essas “particulas” nao sao particulas mas sim formas diferentes de energia. Portanto tudo no nosso universo se resume em diferentes formas de energia. Nos somos compostos dessas formas de energia. Quando o corpo no formato atual se decompoe, as formas de energia nao sao eliminadas mas rearranjadas em outros sistemas, juntamente com outras formas de energia, como calor, luz, etc. E assim eh com tudo e todos desde a origem do nosso universo. Continuaremos por ai no formato original de antes do nascimento porem rearranjado, mas sem a consciencia humana, e sim sob formas de energia em geral. Resta saber se a evolucao de animais mais sofisticados como o ser humano e outros que estao mais proximos tambem gerou uma combinacao de energia que resultou no fenomeno cerebral chamado consciencia e emocoes complexas, e quais os desdobramentos disso.


Agora minha opiniao: o mais certo eh que desapareceremos como individuos e continuaremos como diversas formas de energia em outros sistemas. Se existem outras formas de energia ainda desconhecidas, muito provavelmente nao estarao ligadas a individualidade dos animais mas a outras coisas muito diferentes. Ate que se saiba mais a respeito, o que devemos fazer eh viver o melhor possivel nossa unica realidade. Preocupacoes com vida apos a morte, viver sob constante medo de punicoes divinas, pecados e outras bobagens somente destroem a alegria de viver e voces hao de convir que desperdicar a vida eh um tremendo absurdo.

Monday, June 20, 2011

VIDA E MORTE: ALMA ?


Era uma vez… por volta de 6 milhoes de anos atras, ocorreu uma mutacao significativa na familia dos primatas; mutacao que iria dar origem a uma nova especie. Mutacoes como essa ocorrem de tempos em tempos desde a origem da vida, e sao responsaveis pela diversidade das especies no planeta. Nao se sabe qual dos dois grupos que resultou dessa mutacao; o que se sabe eh que a partir dai dois grupos distintos, o que gerou os chipanzes e o que gerou os humanoides, passaram a coexistir. Mutacoes menores continuaram a ocorrer gerando subspecies, a maioria extinta hoje, e por fim chegamos ao ser humano de um lado, e aos chipanzes e bonobos de outro. Esse animal humano, porem, iria transformar o mundo.

Em algum momento nos ultimos um milhao de anos, de maneira gradual, mas acelerada, o humanoide percebeu a sua existencia! E descobriu o medo e a angustia de deixar de existir.
A percepcao da propria existencia amplificou ao extremo a prioridade com si proprio em relacao ao ambiente exterior. Dai em diante tudo passou a ser dividido em duas partes bem distintas. A maior parte de tudo eh o “eu”, a individualidade e tudo o que diz respeito a propria pessoa; a outra parte, muito menor e de pouca importancia sao os outros (animais e plantas), o planeta e todo o universo. Tudo a volta passou a ser secundario pois tudo eh visto e sentido de dentro do seu corpo, para fora, pelos seus sentidos. O humanoide passou a achar que ele estava preso dentro do seu corpo e cercado pelos outros e pelo proprio universo. Ele passou a ter a sensacao do “eu”. Agora era o “eu” versus o resto.

Com o passar do tempo, o humanoide se transformou em humano e com a complexidade de seu cerebro a sensacao do “eu” ganhou um novo nome: “alma” – ou outros nomes com o mesmo significado. Recusando-se a admitir que essa alma – o proprio “eu”- poderia morrer, o humano criou as religioes que apesar de nunca provarem nada pelo menos criam a ilusao de que a alma vai para algum lugar depois da morte e assim criaram deuses e definiram as regras em como apaziguar esses deuses para que nao atrapalhem a jornada da alma para um lugar melhor. Essa preocupacao eh tao grande que impede a maioria das pessoas em enfrentar a realidade do que se sabe atualmente acerca da vida e da morte. Melhor o conforto em acreditar que o Papai Noel trara o presente no natal do que o incomodo e despeza de ter de ir a uma loja comprar o presente.
Nao eh minha intencao aqui criticar religioes e pessoas, apenas confirmar um fato e abordar o que se sabe hoje.

O que eh a alma?
O estudo do cerebro humano tem descoberto coisas fascinantes, principalmente na area do comportamento emocional, intuicao e pensamento abstrato. Chega-se a conclusao de que a sensacao do “eu” eh uma das criacoes do cerebro, de certa forma ligado ao principio da auto preservacao. Lamentavelmente para os que alimentam a esperanca de continuar vivendo depois da morte, o “eu”, ou alma ira ter o mesmo destino que o cerebro quando morrer. Confesso que eh uma conclusao dificil de aceitar, entao tudo o que somos e conseguimos adquirir ao longo da vida estara perdido? Voltaremos a situacao do antes de nascer, a nao existencia? Nosso cerebro recusa-se a admitir isso e simplesmente descarta a realidade desgradavel; no intimo mantem uma esperanca de que afinal Papai Noel chegara no ultimo instante.

Para que vivemos, qual o sentido da vida? A vida nao tem sentido para os individuos; ela significa sim uma continuidade para os genes. A vida tem sentido para os genes e como sabemos eles continuam existindo, sendo mantidos assim pelas diversas especies deste planeta cuja funcao eh se reproduzirem. Os individuos sao os veiculos e sao descartados. Isso nao tira a grande importancia dos veiculos pois sem eles a vida ja teria se extinguido no planeta, porem apresenta uma perspectiva inteiramente diferente da relatividade das coisas. Ate final do seculo 19 os humanos viam a si proprios como o centro do universo, tudo tendo sido criado em funcao deles. Eh um choque quando somos colocados frente a frente a nossa verdadeira perspectiva.
Conclusao: a alma eh uma criacao do cerebro e ela existe enquanto o cerebro esta funcionando… Como disse Rene Descartes: Cogito ergo sum; penso, logo existo! (mas ao deixar de pensar, deixarei de existir…).

Como sera a sensacao da nao existencia? Certamente nenhuma! Alguem se lembra como era antes de existir? (Nao vale recorrer ao espiritismo ou outras crencas similares)
Entao o que acontece quando morremos? Vou abordar o que ocorre conforme o que a ciencia ja descobriu e comprovou ate o momento no proximo post. No que se refere a crencas e ideias impossiveis de serem comprovadas, isso deixo a criterio de cada um.

Friday, June 10, 2011

A Vida

Em seu Blog “Mae Gaia”, nossa querida Beth/Lilas apresentou o post do dia 7 de Julho entitulado “Para Carina, com carinho”. Um lindo post sobre a vida com videos muito bonitos. Como de costume, os posts da Beth sao para se ler e se deliciar, e esse eh mais um que confirma a regra; bonito, poetico e profundo.
Nesse post aborda-se a vida e esse eh um tema que me fascina, dai ter ficado motivado a tecer alguns comentarios a respeito.
No seu post a Beth menciona:

A excelente escritora e jornalista Adília Belotti, ilustra em um de seus textos o seguinte:

"Perguntaram para um pastor, para um padre e para um rabino quando a vida começa. O padre imediatamente disse: “No instante da concepção”. O pastor, coçou a cabeça e respondeu: “No momento em que se nasce”. O rabino então virou-se e falou: “A vida começa quando os filhos saem de casa e o cachorro morre…”

Muito verdadeiro, afinal filhos dao muito trabalho, nao eh? Mas valem muito a pena. Tirando o aspecto engracado dessa piada, ela apresenta o lado filosofico preocupante de como muitas pessoas buscam informacao nos lugares mais improvaveis.
Nao eh razoavel fazer a pergunta de quando a vida comeca a religiosos, pois essa pergunta eh area da biologia que nao tem nada a ver com religiao. Os religiosos podem responder com pleno conhecimento de causa a temas da religiao que pregam, porem quase nada acerca de temas cientificos e historicos porque sao temas totalmente dissociados da religiao, a menos que eles sejam tambem especialistas nesses campos.

Para se responder a pergunta de quando a vida comeca eh preciso definir o que eh a vida. Se definimos que uma vida eh quando um novo animal ou planta comeca a se desenvolver, entao o inicio eh o momento do surgimento da primeira celula capaz de produzir esse ser especifico, completo e unico – simples como uma bacteria ou complexo como um humano – depois de um certo tempo.

A vida porem nao eh apenas isso. A vida de um organismo, pode ser definida como a capacidade de sobreviver por um tempo suficiente para se reproduzir. Para haver continuidade de reproducao a vida tambem precisa ter continuidade. As celulas utilizadas no processo de reproducao sao celulas vivas. O organismo, as celulas utilizadas na reproducao e o(s) organismo(s) resultante(s) possue(m) formas de vida comum: os genes. Nessas condicoes, a vida comecou neste planeta em algum momento no periodo pre-cambriano por volta de 3,5 a 3 bilhoes da anos atras. Depois de seu surgimento a vida nao mais se extinguiu, porque os genes continuaram a existir, perpetuando-se de um organismo a outro.

Os primeiros seres com vida assume-se que foram moleculas organicas que deram origem ao que chamamos de genes. Esses genes acabaram por formar envolucros para sua protecao, chamadas celulas. Para simplificacao nao vou abordar as formas de vida tipo virus que nao possuem celulas mas vivem e se reproduzem a partir de celulas hospedeiras.

Como surgiram os genes? Chamamos de “replicators” ou replicadores essas primeiras moleculas que fazem uma copia de si mesmas. As copias sao moleculas que se arranjam para reproduzir o replicador original. Como esse rearranjo nao eh necessariamente exato, com o tempo ocorrem variacoes que dao origem a outros organismos e assim chega-se a complexidade e diversidade das formas de vida de hoje. O replicador eh chamado de gen. Os genes ficam abrigados nas moleculas organicas ou celulas. Com o passar do tempo ocorreram associacoes de celulas gerando organismos mais complexos abrigando entao varios genes. A continuidade da vida desses genes depende da sobrevivencia do veiculo que os carregam: organismos mais e menos complexos, dependendo das suas condicoes de sobrevivencia o tempo suficiente para se reproduzirem e manterem a continuidade dos genes.

A conclusao disso tudo, apresentado de maneira muito simplificada eh a seguinte. As diferentes formas de vida se reproduzem e dao surgimento a especies novas a partir de um processo de continuidade onde a vida em si nao cessa, mas se propaga de um organismo (veiculo) a outro por meio de “celulas” vivas contendo genes. Os veiculos morrem porem os genes nao.

Nos, os humanos, e todos os animais e plantas morremos, porem a vida – os genes - nao morre; ela continuara ate que cesse toda e qualquer possibilidade de vida no planeta. Com a vaidade que nos eh peculiar costumamos pensar que nos somos a vida e que a vida eh a nossa vida. Quando morremos acaba a vida, porem em ultima analise somos apenas o veiculo de propagacao dos genes. Eles sao imortais; nos somos descartaveis! Nos possuimos a vida por um periodo, depois passamos adiante. A vida eh o gen.

Voces conhecem a questao de quem surgiu primeiro; o ovo ou a galinha? A resposta eh muito facil: a galinha eh a forma que o ovo encontrou de produzir outro ovo.



A seguir ilustracao de um gen no nosso DNA e a proporcao de alguns dos mais de 30 mil genes do nosso DNA.

Thursday, February 3, 2011

VOCÊ PODE FAZER A DIFERENÇA

Recebi a historia abaixo como tendo sido um fato real acontecido en 2003 em Curitiba. De qualquer maneira ela ilustra que cada um de nós sempre pode fazer a diferença, basta sermos mais atentos às pessoas que nos cercam e estarmos dispostos a fazer aquele algo mais. Fazer algo mais sempre tem o seu preço: pode nos fazer “perder tempo”, deixarmos de fazer “algo importante”, nos atrapalhar, tirar-nos de nossa rotina, e todo o tipo de desculpa que pudermos imaginar. O resultado porém é sempre surpreendente e recompensador. Depois de lerem respondam a pergunta: quem foi o maior beneficiário; o taxista ou a velhinha?

A ÚLTIMA VIAGEM DE TÁXI.

Houve um tempo em que eu ganhava a vida como motorista de táxi. Os passageiros embarcavam totalmente anônimos e, às vezes, me contavam episódios de suas vidas, suas alegrias e suas tristezas. Encontrei pessoas que me surpreenderam mas, NENHUMA como aquela da noite de 25 para 26 de julho do último ano em que trabalhei na praça.

Havia recebido já tarde da noite uma chamada vinda de um pequeno prédio de tijolinhos, em uma rua tranqüila, próximo do Largo da Ordem no São Francisco, centro histórico de Curitiba, capital do Paraná. Quando cheguei ouvia cachorros latindo longe. O prédio estava escuro, com exceção de uma única lâmpada acesa numa janela do térreo. Nestas circunstâncias, outros teriam buzinado duas ou três vezes, esperariam só um pouco e, então, iriam embora mas, eu sabia que muitas pessoas dependiam de táxis como único meio de transporte a tal hora; a não ser, portanto, que a situação fosse claramente perigosa, eu sempre esperava.

"Este passageiro pode ser alguém que necessita de ajuda", pensei, assim, fui até a porta e bati.
-"Um minutinho", respondeu uma voz fraca e idosa.

Ouvi alguma coisa ser arrastada pelo chão... Depois de uma pausa longa, a porta abriu-se. Vi-me então diante de uma senhora bem idosa, pequenina e de frágil aparência. Usava um vestido estampado e um chapéu bizarro daqueles usados pelas senhoras idosas nos filmes da década de 40! E se equilibrava numa bengala, enquanto segurava com dificuldade uma pequena mala. Dava para ver que a mobília estava toda coberta com lençóis. Não haviam relógios, roupas ou adornos sobre os móveis. Num canto jazia uma caixa aberta com fotografias e vidros. A velha senhora, esboçando então um tímido sorriso de quem havia já perdido todos os dentes, pediu-me:

- “O senhor poderia me ajudar com a mala?”
Eu peguei a mala e ajudei-a caminhar lentamente até o carro. E enquanto se acomodava ela ficou me agradecendo.

-"Não é nada, apenas procuro tratar meus passageiros do jeito que gostaria que tratassem minha velha mãe”.
-" Oh!, você é um bom rapaz!"

Quando embarcamos, deu-me um endereço e pediu:
-"O senhor poderia ir pelo centro da cidade?"
-" Este não é o trajeto mais curto", alertei-a prontamente.
-" Eu não me importo. Não estou com pressa. Meu destino é o último, o asilo dos velhos".

Surpreso, eu olhei pelo retrovisor. Os olhos da velhinha brilhavam marejados.
-" Eu não tenho mais família e o médico me disse que tenho muito pouco tempo".

Disfarçadamente desliguei o taxímetro e perguntei:
-"Qual o caminho que a senhora deseja que eu tome?"

Nas horas seguintes nós dirigimos por toda a cidade. Ela mostrou-me o edifício na Barão do Cerro Azul em que havia, em certa ocasião, trabalhado como ascensorista. Nós passamos pelas cercanias do Centro Cívico, em que ela e o esposo tinham vivido como recém-casados e também pela Pérpetuo Soccoro no Alto da Glória, onde iam sempre e onde também comemoraram Bodas de Ouro. Ela pediu-me que passasse em frente a uma loja na Dr. Muricy com a José Loureiro, que ela dizia ser um clube alemão, que tinha um grande salão de dança que ela freqüentara quando mocinha. De vez em quando, pedia-me para dirigir vagarosamente em frente a um edifício ou esquina. Era quando ficava então com os olhos fixos na escuridão, sem dizer nada. E olhava, olhava e suspirava... E assim rodamos a noite inteirinha.

Passamos por parques, praças, restaurantes, tudo o que vinha vindo na imaginação da doce senhorinha. Quando o primeiro raio de sol surgiu no horizonte, ela disse de repente:
-"Estou cansada e pronta. Vamos agora!"

Seguimos, então, em silêncio, para o endereço que ela havia me dado. Chegamos a uma casa comum no bairro do Parolin, uma pequena casa de repouso. Duas atendentes caminharam até o taxi, assim que paramos. Eram amáveis e atentas e logo se acercaram da velha senhora, a quem pareciam esperar. Eu abri o porta-malas do carro e levei a pequena valise até a porta. A senhora, já sentada em uma cadeira de rodas, perguntou-me então pelo custo da corrida.

-" Quanto lhe devo?", ela perguntou, pegando a bolsa.
-"Nada!", eu disse.
-" Você tem que ganhar a vida, meu jovem”
-" Há outros passageiros", respondi. Mas ela insistiu, disse que não precisava mais de dinheiro, e colou 2.000 reais no meu bolso da camisa. Eu não quis aceitar, mas ela foi incisiva ao extremo, e e quase sem pensar, curvei-me e dei-lhe um abraço. Ela me envolveu comovidamente e devolveu-me com um beijo afetuoso e repleto da mais pura e genuína gratidão e disse:

-"Você deu a mim, bons momentos de alegria, como não tinha há tanto tempo. Visitamos não só lugares, mas momentos que eu vivi. Só Deus é quem sabe o quanto você fez por mim. Obrigada, MEU AMIGO! Mil vezes obrigada.”
Apertei sua mão pela última vez e caminhei até o carro, na Brigadeiro Franco, onde ficava o asilo, e dirigi olhando o centro da cidade amanhecendo ao fundo e não conseguia parar de chorar, e pensar como vivemos e ao que damos valor, se daqui não levamos nada. Atrás de mim, uma moça fechava o portão, e eu avistava ela e outros velhinhos repousando em cadeiras. Era como o som do término de uma vida... Naquele dia não peguei mais passageiros. Fiquei sem rumo, parei na Av. Pres. Kennedy, perdido nos meus pensamentos. Mal podia falar.

Dois dias depois, tomei coragem e voltei no asilo para ver como estava a minha mais nova amiga e quem sabe passear com ela de novo. Me disseram, então, que na noite anterior, seu coração parou durante a noite, e ela adormecera para sempre, em paz e feliz. Fiquei a pensar, se a velhinha tivesse pego um motorista mal-educado e raivoso... Ou, então, algum que estivesse ansioso para terminar seu turno. Óh, Deus! E se eu houvesse recusado a corrida? Ou tivesse buzinado uma vez e ido embora? Ao relembrar, creio que eu jamais tenha feito algo mais importante na minha vida até então.

Em geral nos condicionamos a pensar que nossas vidas são os objetivos e o futuro, mas ela gira em grandes momentos. Todavia, os GRANDES MOMENTOS freqüentemente nos pegam desprevenidos e ficam guardados em recantos que quase todo mundo considera sem importância, quando nos damos conta, já passou.

AS PESSOAS PODEM NÃO LEMBRAR EXATAMENTE O QUE VOCÊ FEZ, OU O QUE VOCÊ DISSE MAS, ELAS SEMPRE LEMBRARÃO COMO VOCÊ AS FEZ SENTIR, PORTANTO, VOCÊ PODE FAZER A DIFERENÇA.

Resposta à pergunta: o maior beneficiário foi o taxista. Embora a velhinha tenha se alegrado muito em rever os lugares que frequentava quando mais jovem, o taxista foi afetado profundamente de uma forma que nunca se esquecerá e isso com certeza influenciou sua vida daí em diante, tornando-se uma pessoa ainda melhor do que era. Além disso, a sua historia pode tambem influenciar positivamente muitas outras pessoas.